terça-feira, 18 de setembro de 2018

Uma Epístola do Deserto

Uma Epístola do Deserto


Esta epístola é uma das assim chamadas epístolas do “deserto” – 1 Coríntios, Filipenses, Hebreus e 1 Pedro. Isto é, o crente é visto na Terra sendo testado, caminhando na senda da fé, com Cristo no céu, diante de si como seu objetivo. Um traço característico das epístolas do “deserto” é a presença de vários “se” no texto. Na verdade, existem dois tipos de “se” na Escritura que são bem diferentes – o “se” da condição e o “se” do argumento. Um “se” de condição supõe que há uma possibilidade de falha ocorrer no caminho, resultante de uma pessoa não ser um verdadeiro crente, ou da fé nos justos que falham de alguma forma. Um “se” de argumento, por outro lado, tem a ver com o fato de o escritor estabelecer certos fatos em sua apresentação e, em seguida, basear-se nesses fatos para defender certo ponto. Quando este é o caso, a palavra “desde” pode ser substituída por “se”.
Tem sido dito frequentemente que em Efésios não há “se” de condição. Naquela epístola, os santos não são vistos como sendo testados na Terra, mas sim sentados juntos nos lugares celestiais em Cristo (Ef 2:6). Em Colossenses, por outro lado, há os dois “se”: um “se” de condição no capítulo 1:23 e vários “se” de argumentação nos capítulos 2:20 e 3:1. Hebreus também tem os dois tipos de “se”. Sendo Filipenses uma epístola do deserto, Paulo não considera que tenha alcançado alguma coisa (Fp 3:12). Ele se vê na estrada, mas não está lá ainda. Cristo tomou conta dele e ele está trilhando a senda com esse objetivo, que é estar com e ser como Cristo.
De certas expressões na epístola, em geral é percebido que Paulo estava chegando ao fim de seus dois anos em cativeiro em Roma (At 28:30). (Ele tinha sido mantido em cativeiro em Cesaréia por dois anos antes disso, totalizando quatro anos – At 24:27). Seu futuro neste momento estava em uma de duas coisas – ele poderia ser absolvido diante do imperador Nero e libertado, ou ele seria martirizado. Estudiosos dizem que esta foi a última epístola inspirada de Paulo que ele escreveu a uma assembleia.

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