Esta
epístola é única na medida em que nos dá uma visão extraordinária da vida
interior de Paulo, de uma forma que nenhuma outra epístola faz. Em quatro
capítulos curtos, ele faz referência a si mesmo cerca de 90 vezes! A partir
disso, vemos que ele se sentia à vontade para falar de si mesmo aos filipenses
de uma maneira que faria somente com aqueles que eram seus amigos mais íntimos.
Paulo sabia que eles o tinham em seus corações (Fp 1:7), em suas orações (Fp
1:19) e que haviam provado seu amor para com ele,
dando-lhe da sua profunda
pobreza – e isso mais do que uma vez (2 Co 8:1-2; Fp 4:15-16). Tendo esse
vínculo com os filipenses, Paulo teve a liberdade de revelar seus sentimentos e
desejos interiores de uma maneira extremamente aberta e de uma forma que não fez
com qualquer outra companhia de crentes. Ele escreve espontânea e
informalmente, como um amigo derramando seu coração para aqueles que o amam. Ao
fazer isso, vemos a experiência de um homem em Cristo vivendo em
comunhão com Deus e no gozo de suas bênçãos celestiais.
Assim, a epístola nos dá a
oportunidade de examinar os pensamentos e sentimentos interiores de Paulo e ver
em primeira mão o que deve caracterizar a vida Cristã normal. Sendo permitido
sondar sua alma, como esta epístola nos proporciona, descobrimos que há apenas uma coisa nela – Cristo!
Cristo e Seus interesses eram o resumo e a essência de sua vida, como ele diz
tão bem no capítulo 1:21 – “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”.
J. N. Darby disse que nesta epístola “o Cristão é visto como em uma corrida, e nela está inteiramente sob o poder
do Espírito de Deus; a carne não é vista agindo” (Practical Thoughts on Philippians, pág. 21). Ele também disse: “A
epístola aos Filipenses é um padrão da experiência Cristã, como ela deveria
ser” (Miscellaneous Writings of J. N.
Darby , vol. 4, pág. 209). Assim, a epístola é a expressão de um coração
que percebeu Cristo ser “tudo” (Cl
3:11).
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