Um Triplo Aviso Contra Mestres Judaizantes
Vs. 2-3 – Paulo então adverte os filipenses
de uma linha de falso ensino que havia chegado que, se ouvida, impediria a
busca dos santos por Cristo em glória e seu regozijo n’Ele. Aqueles que estavam
propondo este ensinamento maligno eram judeus não convertidos que haviam se
infiltrado na profissão Cristã. J. N. Darby disse que o ensino deles era uma
“mistura de princípios judaizantes com a doutrina de um Cristo glorificado. Foi
de fato para destruir esta última e restabelecer a carne (isto é, pecado e
alienação de Deus) em seu lugar” (Synopsis
of the Books of the Bible, edição de Loizeaux, vol. 4, pág. 510). Isso era
um falso ensino embrulhado de tal maneira que uma pessoa desavisada poderia pensar
que era a verdadeira doutrina Cristã. Mas seu grande efeito foi afastar de
Cristo no alto, o foco dos santos, e assim tirar o chamado e o caráter celestiais
do Cristianismo e torná-lo uma mera religião terrena. Tendo vindo de uma origem
judaica, esses homens tiveram uma vantagem inicial sobre os gentios
recém-convertidos. Eles estavam familiarizados com as Escrituras do Velho
Testamento às quais os gentios não haviam sido expostos. Essas pessoas falsas
se aproveitaram disso e assumiram o papel de mestres, e assim introduziram suas
doutrinas errôneas.
Paulo descreve esses mestres judaizantes
de três maneiras. Todas as três
coisas se referem ao mesmo grupo de homens. Ele diz:
1)
“Guardai-vos dos cães” (v. 2a) – Refere-se à
verdadeira posição desses homens em relação a Deus. Eles nunca tinham nascido
de novo nem foram selados com o Espírito Santo, e assim, não sendo convertidos,
estavam fora da companhia Cristã. O termo “cão”
foi usado entre os judeus para descrever os gentios impuros que estavam fora da
nação favorecida de Israel, que estava num relacionamento de aliança com Deus
(Sl 22:16, 20, 59:6, 14, 68:23; Mt 7:6;
15:26-27; Ap 22:15). Mas Paulo inverte o termo aqui e o usa para descrever judeus
não convertidos que eram impuros por não terem seus pecados lavados no sangue
de Cristo. No Cristianismo, eles é que eram os “cães” e que estavam fora da comunhão dos santos. Paulo não foi o
primeiro a usar o termo para descrever os israelitas; o profeta Isaías falou do
atalaia sem fé em Israel como tal (Is 56:10-11).
2)
“Guardai-vos dos maus obreiros” (v. 2b) –
descreve o trabalho desses mestres judaizantes. Seus esforços eram para
doutrinar os santos com seus falsos ensinos.
3)
“Guardai-vos da circuncisão” (v. 2c) – “Concisão” é um termo de escárnio
(provavelmente criado pelo próprio Paulo) para descrever o verdadeiro caráter e
efeito do ensino desses judaizantes. Esses homens se gloriavam de ter a marca
externa da circuncisão em sua carne, mas rejeitaram o que simbolizava
internamente o corte completo da carne diante de Deus na morte de Cristo (Cl
2:11). A palavra significa literalmente “contra
o cortar fora”. (“Con” significa
“contra” e “cisão” significa “cortar
fora”). É um corte na carne, mas
não vai tão fundo a ponto de cortar fora a
carne em um sentido prático. Está em contraste com o que fala a “circuncisão”, que é um corte completo
da carne. Por isso, “a concisão”
eram os mestres judaizantes que se opunham ao corte da carne na prática. Por
isso, esses judaizantes acreditavam no cortar fora das formas mais grosseiras
da carne, mas ainda encorajavam a busca de coisas carnais – tais como: grandeza
religiosa, fama mundana, ganho monetário, etc.
O ensino judaizante é
um problema na Igreja hoje? Definitivamente é; ele permeou a profissão Cristã
em geral. H. Smith disse: “As palavras do apóstolo têm, certamente, uma
advertência especial para nós nestes últimos dias, quando este ensinamento judaizante,
que era um perigo para a Igreja primitiva, se desenvolveu na Cristandade
tornando-se uma mistura corrupta de judaísmo e Cristianismo. O resultado é que
surgiu uma vasta profissão em que formas e cerimônias tomaram o lugar de
adoração pelo Espírito... tendo se formado a partir do padrão judaico, a
Cristandade tornou-se uma imitação do arraial judaico (Hb 13:13)” (The Epistle to the Philippians, pág.
17). Assim, o ensino que instrui os Cristãos a adorar a Deus segundo os
princípios da ordem judaica, que encoraja a busca de coisas do mundo e o ganho
terrenal, é um ensino judaizante.
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