sábado, 22 de setembro de 2018

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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Saudações Finais de Paulo


Saudações Finais de Paulo

Vs. 21-23 – No encerramento, Paulo enviou suas saudações a “todos os santos” em Filipos, e também lhes transmitiu os cumprimentos dos santos de Roma – e com menção “especialmente os da casa de César!” O evangelho de algum modo alcançou os servos na casa do imperador e eles foram salvos! Tal é a graça de Deus! Assim, precisamos da misericórdia de Deus para suprir nossas necessidades corporais e “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo” para manter nossos espíritos.

O Segredo do Contentamento


O Segredo do Contentamento

Vs. 11-13 – Nestas palavras finais da epístola, vemos em Paulo alguém que era superior às suas circunstâncias. Ele diz: [Eu] Não digo isto como por necessidade [privação – KJV], porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade”. Ao longo de toda esta passagem, Paulo fala no singular. Ele diz: “eu”, não “nós”. Ele provou por si mesmo a bondade de Deus. A infalível fidelidade de Deus tinha sido sua porção diária. Mesmo que outros o tivessem esquecido e o tivessem negligenciado, ele havia aprendido por experiência que Deus é fiel. Paulo aprendeu a “contentar-se” com qualquer que fosse sua porção na vida. Isso não era algo natural para ele mais do que é para nós – ele havia “aprendido” isso sob a mão de Deus na escola de Deus. Ele havia provado por experiência que Deus era capaz de sustentá-lo em todas as circunstâncias.
Ter “escassez (JND) (ter pouco) ou “abundar” não é a medida do cuidado de Deus, porque Ele sempre ama e cuida do Seu povo. Se Deus detém Sua mão hoje, é apenas para dar o dobro amanhã. A jornada no deserto e suas experiências apenas provam a fidelidade de Deus para levar Seu povo pelas provações da vida. Em nossas tristezas e dificuldades, aprendemos a extrair os recursos que temos n’Ele – isto é, Seus consolos, Sua bondade, Sua misericórdia, etc. Assim, aprendemos por experiência que Ele é suficiente para todas as coisas na vida, e descobrimos, realmente, quão bom Deus é. O desafio na vida Cristã não é tentar eliminar todas as coisas incômodas de nossas vidas, mas buscar glorificar a Deus nas circunstâncias em que Sua sabedoria nos colocou. As provações e tristezas do deserto não são dadas para nos roubar o nosso gozo no Senhor, mas para provar a Sua fidelidade no meio delas.
Apropriadamente, Paulo conclui dizendo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (v. 13). Ele não estava se gloriando aqui; estava simplesmente afirmando que, o que quer que a vida lançasse sobre ele, com a fidelidade de Deus trabalhando em seu favor, ele era superior a isso e poderia lidar com tais questões por meio da graça de Deus. Assim, a paz e o gozo de Paulo não dependiam de bens materiais e confortos humanos. Como esse “poder” que lhe permitia viver acima de suas circunstâncias não era dele próprio, mas algo dado a ele, toda a glória iria para aqu’Ele que o dava – “Cristo”.
Vs. 14-20 – Paulo, então, reconhece a graça e bondade deles para com ele: “Todavia fizestes bem em tomar parte [comunicar – KJV] na minha aflição”. (v. 14). Toda essa beneficência será lembrada por Deus e recompensada adequadamente como a simples questão de semear e ceifar (Gl 6:9). Mas Paulo vai mais longe. Ele não apenas reconhece a graça e gentileza deles, ele os louva, dizendo-lhes que se destacaram acima das outras assembleias a esse respeito. “E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja [assembleia – JND] comunicou (qualquer coisa – JND) comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica” (vs. 15-16). Esta última afirmação é bastante notável. Paulo esteve em Tessalônica somente por três Sábados (At 17:2), mas enquanto estava lá, eles lhe enviaram oferta duas vezes! E isso fizeram de sua profunda pobreza! (2 Co 8:2). Isso mostra a sinceridade deles. Os comentários de Paulo aos filipenses aqui certamente os encorajariam a continuar nessa boa obra.
A oferta deles é uma das duas maneiras pelas quais os Cristãos podem contribuir monetariamente. Existe a oferta coletiva da assembleia, como foi o caso aqui (Fp 4:15-18), e a oferta individual (Gl 6:6). A oferta da assembleia viria da “coleta” feita pelos santos no primeiro dia da semana (1 Co 16:1-3).
Vs. 17-18 – Paulo assegura-lhes que ele não os estava bajulando pela oferta, mas estava desejando que os frutos fossem acumulados na conta deles. Ele diz: Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que abunde para a vossa conta. Assim, Paulo estava pensando no ganho espiritual deles, não em seu ganho monetário. É preciso fé por parte de quem dá, para acreditar que Deus levará a sua oferta em conta no céu (Lc 12:33). Mas quando a fé simples está ativa, e acreditamos no que Deus diz sobre recompensar quem dá, faremos isso com prazer. Hudson Taylor disse que o problema que está por trás da falta de apoio da Igreja ao trabalho do Senhor, não é fundos insuficientes, mas fundos não consagrados!
Paulo acrescenta: Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância: cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus”. Ao afirmar isso, deixou claro que a oferta deles havia atendido sua necessidade, e não precisava de mais nada deles. Essa observação foi importante porque depois do que ele havia dito sobre dar e receber poderia parecer que estava querendo mais ofertas deles – mas nessa declaração deixou claro que não era necessário. Parece estranho no atual mundo moderno do ministério Cristão encontrar um servo que não suplique aos santos para que lhe deem mais – mas esse era o estado de Paulo. Ele tinha o suficiente e estava contente com isso. Os servos de hoje em dia poderiam tirar daqui uma lição.
Ao fazer referência a “o que” eles enviaram sugere que lhes deram mais do que dinheiro. Sua oferta foi um “sacrifício agradável” a Deus e também algo “aprazível” a Deus. É um dos três tipos de sacrifícios no Cristianismo:

  • DAR LOUVOR – Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Hb 13:15; 1 Pedro 2:5).
  • DAR MATERIALMENTE – E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus Se agrada” (Hb 13:16; Fp 4:18).
  • DAR NOSSAS VIDAS (nosso tempo e energia) – “Apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional [inteligente – JND] (Rm 12:1).


Vs. 19-20 – Para encorajar os filipenses no que haviam feito para apoio à obra do Senhor, Paulo não apenas assegurou-lhes que Deus os recompensaria em um dia vindouro, mas que Deus também lhes compensaria o que haviam sacrificado materialmente para apoiá-lo em seu trabalho. Ele disse: O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por [em – ATB] Cristo Jesus. Isso mostra que o velho provérbio “Deus não é devedor do homem” é realmente verdadeiro. Como tem sido frequentemente assinalado, Paulo não disse que Deus supriria todos os seus desejos carnais (se tivessem algum), mas que Ele supriria todas as suas necessidades. E isso seria “segundo as Suas riquezas em glória”, e não de acordo com os desejos terrenos deles, ou com os desejos de Paulo para eles. Ao declarar isso, Paulo reconheceu que Deus sabia o que era melhor para os filipenses e, portanto, ficaria feliz em deixar tudo em Sua mão para supri-los materialmente de acordo com o que Sua perfeita sabedoria julgasse melhor. Paulo diz: “Meu Deus”, não “seu Deus”, porque estava falando da perspectiva da experiência pessoal. Ele havia provado pessoalmente a verdade do versículo 19.
Uma pequena doxologia[1] de louvor estava em ordem aqui, e Paulo, portanto, apropriadamente acrescenta: Ora a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém (v. 20).


[1] Provém do latim doxologia, que por sua vez vem do termo grego doxa, que significa “opinião” ou “glória”, com o sufixo -logia, que se refere à expressão oral ou escrita. Portanto, “doxologia” é uma expressão oral ou escrita de louvor e glorificação.

O Reconhecimento de Paulo e o Agradecimento pela Oferta


O Reconhecimento de Paulo e o Agradecimento pela Oferta

Vs. 10-23 – Paulo conclui sua carta fazendo uma referência direta à oferta deles e sua gratidão por isso. Ele havia citado a oferta algumas vezes mais cedo na epístola (caps. 1:5, 2:1, 17, 25), mas agora ele formalmente lhes agradece. Ele diz: Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim [cuidado para comigo – ATB]; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. É interessante notar que Paulo esperou até o final para mencionar sua gratidão pela oferta. Isso não foi assim por ser ele indiferente ao fato, mas porque considerava as coisas que abordou anteriormente na epístola referentes ao bem-estar espiritual deles, mais importantes do que seu próprio conforto físico. Isso mostra que Paulo se importava mais com eles do que consigo mesmo!
Ele se “regozijou” não porque tivesse recebido uma oferta dos filipenses, mas porque o amor deles por ele havia “florescido” (KJV) e sido manifesto. Ele valorizava a oferta, mas valorizava mais a empatia e amor que estavam por trás disso. Seu gozo não foi tanto porque havia tido um alívio em suas circunstâncias, mas porque o amor deles por si tinha “revivido”. Paulo sabia que eles de alguma forma haviam se esquecido dele, e isto está implicado ao dizer: Agora por fim... (KJV)” – isto é, que finalmente vieram ao seu apoio. Ele gentilmente os reprova nisso, mas então os desculpa rapidamente, acrescentando: mas não tínheis tido oportunidade...”.

Resumo da Cura para a Ansiedade


Resumo da Cura para a Ansiedade

  • Regozije-se nas coisas que você tem no Senhor.
  • Mantenha um espírito de benevolência em todas as circunstâncias e em relação a todas as pessoas.
  • Leve ao Senhor em oração tudo o que o incomoda.
  • Pense nas características de Cristo em seus irmãos.
  • Seja ocupado com as coisas do Senhor.


A Cura para a Ansiedade


A Cura para a Ansiedade

Paulo passa a apresentar uma série de coisas que poderiam ser chamadas de “A cura para a ansiedade”. Primeiramente, ele diz: Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (v. 4). Assim, devemos manter um espírito de regozijo em todos os momentos. Esse deveria ser o estado normal da nossa vida diária e isso acontecerá quando andarmos em comunhão com o Senhor. Isso é importante porque, quando as dificuldades e as provações da vida surgirem, estaremos em um estado de alma correto para lidar com elas. Podemos desculpar nossa falta de regozijo e dizer: “Não posso evitar isso por causa de todas as coisas negativas que continuam acontecendo comigo”. O Senhor entende nossa fragilidade humana e, quando nos desanimamos no caminho, Ele derrama o conforto de Deus em nossas almas. Mas, ao mesmo tempo, a exortação de Paulo aqui mostra que somos responsáveis em fazer um esforço para manter um estado feliz de alma. Ele coloca sobre nós o dever de nos regozijarmos “sempre”. É o estado Cristão normal. Isso não significa que devemos ser insensíveis à tristeza e aflição, mas que em tempos de tristeza e aflição, essas coisas não nos farão perder a confiança em Deus (Lc 22:32). Assim, independentemente de quão sombrias nossas circunstâncias possam ser, podemos sempre nos regozijar no Senhor.
Em segundo lugar, Paulo diz: Seja a vossa moderação [bondade – JND] conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor (v. 5 – ARA). Outras traduções trazem a palavra “moderação” como “equidade” (ARC) ou “mansidão” (ATB). Isso indica que devemos viver num espírito de equidade ou mansidão que aceita nossas circunstâncias vindas de Deus sem resistência e rebelião. Saber quetodas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus nos ajuda a nos submetermos ao que o Senhor permitiu em nossa vida (Rm 8:28).
A nota de rodapé da Tradução do J. N. Darby diz que uma leitura alternativa para “moderação” poderia ser “não insistindo em seus direitos”. Isso sugere que podemos estar em uma situação na qual sentimos que alguém levou vantagem sobre nós e sermos tentados a reivindicarmos nossos direitos e contra-atacar. Paulo explica que não precisamos ficar agitados em tais circunstâncias, e sentirmos que temos de fazer algo a respeito – porque “perto está o Senhor!” Ele está prestes a voltar a qualquer momento, e sabendo disso, podemos deixar tudo para Ele resolver corretamente. H. Smith disse: “Em Seu próprio tempo, o Senhor tratará com todo o mal e trará toda a bênção; Sua vinda está próxima. Não é para os crentes, então, interferir no governo do mundo, nem reivindicar seus direitos e lutar por eles” (The Epistle to the Philippians, pág. 23).
“Perto está o Senhor” foi uma palavra de ordem usada entre os Cristãos do primeiro século para animar um ao outro no caminho. Era-lhes um lembrete bem-vindo de que a vinda do Senhor estava próxima. Paulo usou em 1 Coríntios 16:22 uma transliteração grega da sua forma aramaica, quando disse: “Maranata”. Isto significa “Ó vem Senhor”. Seu ponto em usá-la aqui em Filipenses 4 é mostrar que podemos nos permitir ceder nas situações difíceis da vida – mesmo que algumas pessoas tenham sido injustas conosco – porque o Senhor está vindo, e então Ele acertará tudo. Em vista da proximidade da vinda do Senhor, nossas diferenças e disputas são insignificantes e triviais. Além disso, a pessoa que é caracterizada pela brandura e complacência de que Paulo fala aqui, não é capaz de provocar conflitos entre seus irmãos. Um espírito manso promove a unidade e a paz. Por outro lado, uma pessoa com um espírito inflexível, que está sempre insistindo em seus direitos (reais ou imaginários), será uma pessoa de difícil convivência na assembleia. Esta pode ter sido a raiz do problema em Filipos.
Vs. 6-9 – Em terceiro lugar, devemos levar tudo a Deus em oração em nossas vidas – e particularmente aquelas coisas que nos são problemáticas e perturbadoras. Ele diz: “Não estejais inquietos [ansiosos – ARA] por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças” (v. 6). Assim, Deus quer que estejamos livres de cuidados. Isso não significa que podemos ser descuidados em nossas responsabilidades na vida; Paulo está falando sobre ser livre de agitação, aflição e preocupação. Deus quer que sejamos despreocupados, não descuidados. Devemos entregar nossos fardos e cuidados ao Senhor em oração. Ele quer que os lancemos todos sobre Ele (1 Pe 5:7; Sl 55:22). A palavra “tudo” neste versículo quer dizer tanto coisas grandes, quanto pequenas. Não há nada muito pequeno para se levar ao Senhor em oração.
Que amigo temos em Jesus,
Todos os nossos pecados e tristezas a suportar:
Que privilégio levar
Tudo a Deus em oração!
Oh, que paz muitas vezes perdemos;
Oh, que dor desnecessária suportamos!
Tudo porque não carregamos
Todas as coisas a Deus em oração.
                        Hinário “Echoes of Grace” nº 282

“Oração” é uma declaração formal das coisas para Deus, enquanto que “súplica” é o contínuo apelo a Ele em relação a um assunto. Assim, oração é geral; súplica é específica. Em súplica, “derramamos” nossos corações diante d’Ele com rogos sinceros (Sl 62:8; Tg 5:16). Então deve haver também “ação de graças”. Agradecer ao Senhor no problema, mesmo antes que Ele tenha respondido, manifesta fé – e Deus honra a fé (1 Ts 5:18; Hb 11:6).
Além disso, Paulo nos encoraja a tornar nossas “petições” conhecidas de Deus concernentes a essas coisas. Nossas petições na oração podem não ser respondidas da maneira que queríamos que fossem – pois podemos pedir “mal” (Tiago 4: 3) e elas podem não ser “segundo a Sua vontade” (1 Jo 5:14- 15). Mas há certo consolo em apenas nos aliviar diante do Senhor e fazer nossas petições serem conhecidas por Ele. Ele prometeu levar Seu povo pelas “águas” profundas da vida (Is 43:2, 63:9) e acalmar nossos espíritos em tempos difíceis – Multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados, as Tuas consolações recrearam a minha alma (Sl 94:19). W. Kelly disse: “Próximo está o Senhor’. Ele ainda não veio, mas você pode ir até Ele agora e colocar todas as suas petições diante d’Ele, certo de que está próximo; de que Ele está vindo” (Lectures on Philippians pág. 69). Um resumo do versículo 6 é: 
  • Ansioso por nada.
  • Orando em tudo.
  • Grato por qualquer coisa. 

O próprio Senhor disse: “Não andeis inquietos [em ansiedade – JND]” (Lc 12:29). Preocupar-se e estar aflito sobre algo problemático em nossas vidas é pecado, porque nega o amor de Deus, a sabedoria de Deus e o poder de Deus. Isso questiona se Ele, afinal, realmente nos ama, e questiona se realmente sabe o que está fazendo em nossas vidas, implicando assim que Ele não é capaz de cuidar de nós, como prometeu fazer.
Vs. 7 – Como mencionado, Deus não promete conceder tudo o que pedimos, mas promete nos dar Sua paz. Paulo diz: E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. O tipo de paz a que Paulo se refere aqui é algo prático. Não é o mesmo que “paz com Deus”, que tem a ver com a nossa aceitação diante de Deus por sermos justificados pela fé (Rm 5:1). Como crentes no Senhor Jesus Cristo nunca poderemos perder nossa paz com Deus, pois ela está inseparavelmente ligada à salvação eterna de nossas almas, que nunca poderá ser perdida. Mas um crente no Senhor Jesus pode não viver com a paz de Deus em sua alma e, como Marta, estará “ansiosa e afadigada com muitas coisas” (Lc 10:41). Isso ocorre porque ele não entrega seus fardos ao Senhor em oração, como Paulo ordena aqui.
A paz de Deus é o estado de tranquilidade no qual o próprio Deus habita. Nada perturba a paz que rodeia Seu trono. Ele descansa em perfeita calma e em um estado de serenidade imutável. Nenhuma circunstância na Terra O pode abalar, pois Ele está acima de tudo. Ele vê e conhece todo o sofrimento, tristeza, violência, etc., que acontece neste mundo e não é indiferente a isso. Ele intervirá para colocar tudo em ordem um dia, na Aparição de Cristo. E enquanto esperamos o nosso chamado para o céu (o Arrebatamento), Deus quer que vivamos na mesma paz em que Ele mesmo habita, para que nossos corações e mentes não sejam perturbados pelas coisas problemáticas que surgem em nosso caminho na Terra.
Paulo diz que a paz de Deus “guardará vossos corações e vossos sentimentos [pensamentos – ATB]”. Note que guardar nossos “corações” é colocado antes de guardar nossos “sentimentos”.  Isso mostra que se nossas afeições estão corretas – centradas em Cristo – nossos pensamentos estarão corretos também (Pv 4:23). Assim, ele diz que é “por meio de Cristo Jesus” (KJV). Se nossas mentes “permanecerem” n’Ele e em Suas coisas, as tempestades da vida podem soprar, mas nós seremos sustentados em meio a elas (Is 26:3). É uma paz inexplicável que “excede todo o entendimento” e é conhecida apenas por aqueles que a experimentam fazendo essas coisas que Paulo exorta.
“A paz de Cristo” (Jo 14:27; Cl 3:15) é um aspecto ligeiramente diferente da paz prática. Refere-se à paz em que o próprio Senhor viveu quando andou por este mundo. Ninguém viu problemas como Ele viu e ninguém sofreu como Ele. A animosidade que Ele sofreu devido ao ódio e à rejeição dos homens pesou sobre o Seu coração. No entanto, Ele tomou tudo em perfeita calma, sem ser indiferente. Essa calma veio de Sua aceitação dessas circunstâncias vindas da mão de Seu Pai em perfeita submissão (Mt 11:26). Ao deixar este mundo, Ele prometeu dar esta paz aos Seus seguidores (Jo 14:27) porque eles teriam de passar pelo mesmo mundo hostil. A diferença entre “a paz de Cristo” e “a paz de Deus” é que a paz de Deus resulta de levarmos nossos problemas e dificuldades para Deus em oração; enquanto a paz de Cristo resulta de aceitarmos nossos problemas e dificuldades vindos de Deus em submissão.
V. 8 – Em quarto lugar, depois de entregarmos nossos problemas ao Senhor em oração, devemos conscientemente voltar nossos pensamentos para coisas melhores e mais excelentes, e pensar nelas. Paulo diz: Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto [nobre – JND], tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável [agradável – JND], tudo o que é de boa fama, se alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai”. “Nisso” que Paulo nos exorta a pensar não são exatamente os gozos naturais da Terra para os quais devamos voltar nossos pensamentos para nos regozijar, mas as excelências morais de Cristo. Todas estas coisas foram encontradas n’Ele em perfeição quando andou aqui na Terra. No entanto, o contexto da epístola – que tem muito a ver com a paz e a unidade entre os santos – sugere que é para estarmos pensando nessas qualidades morais, não tanto como são encontradas em Cristo pessoalmente, mas como são encontradas em nossos irmãos. Assim, não devemos nos remoer sobre as imperfeições e particularidades pessoais de nossos irmãos que podem nos irritar, mas sim “pensar” nas características de Cristo que Deus está formando neles. Seja qual for a excelência moral que neles exista e qualquer “louvor” que mereça, devemos pensar nessas coisas. Tendo em vista o fato de termos mentes errantes que geralmente tendem para coisas negativas, C. H. Brown disse que talvez tenhamos de recompor nossos pensamentos 50 vezes por dia.
V. 9 – Por fim, devemos seguir o exemplo de Paulo e estarmos ocupados usando nosso tempo e energia no serviço do Senhor. Ele diz: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco. Estar ocupado no serviço do Senhor é importante porque a ociosidade só dá oportunidade para os nossos pensamentos voltarem às nossas dificuldades e problemas. Talvez todos já tenhamos dito uma vez ou outra: “Eu tentei pensar em coisas boas e felizes, mas as coisas perturbadoras que me incomodam continuam voltando à minha mente”. Isso geralmente é dito por alguém que não está ocupado o suficiente. A resposta é manter-se ocupado nas coisas do Senhor. Há muito que se fazer. O próprio Senhor disse: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. (Jo 4:35).
A promessa aqui é que teremos também “o Deus de paz” conosco em nossas circunstâncias. Isto é, Ele nos concederá um sentido especial de Sua presença e nos manterá indo adiante – mesmo nos momentos mais difíceis. Compare Daniel 3:24-25. W. Scott disse: “Oh! Ter a Ele como seu companheiro de viagem; constantemente ao seu lado; seu Guia; Guardião e Amigo – o Deus de paz!” (Young Christian, vol. 5, pág. 128). Quando vivemos na presença consciente do “Deus de paz”, quem ou o que pode nos incomodar? Esta é a receita de Deus para a paz em nossas presentes circunstâncias.

Paz nas Circunstâncias Presentes


Paz nas Circunstâncias Presentes

Vs. 4-9 – O assunto de Cristo sendo o poder ou força para a vida Cristã começa propriamente no versículo 4. Paulo agora oferece um afetuoso adendo às suas observações sobre a união entre os irmãos. Esta próxima série de versículos têm a ver com ter paz em nossas circunstâncias atuais. À primeira vista, pode parecer que está mudando de assunto, mas o que ele acrescenta aqui está relacionado ao que foi acima mencionado.
Todos concordarão que há muitas coisas que testam e provam nossos espíritos na vida cotidiana no planeta Terra. Mas Deus não quer que vivamos com apreensão e ansiedade, como os outros homens, e nos proveu um meio pelo qual podemos viver livres das tensões da vida, e assim sermos capazes de cuidar das coisas do Senhor sem distração. Quando um crente não está em paz consigo mesmo e com suas circunstâncias pessoais, é provável que leve consigo sua ansiedade, impaciência e frustração aonde quer que vá – em sua vida doméstica, no local de trabalho e na assembleia. E se for assim, ele provavelmente será uma fonte de agitação entre seus irmãos e poderá perturbar a paz na assembleia. Deus antecipou este problema e nesta próxima série de versículo Paulo nos dá a maneira pela qual podemos viver livres de ansiedade.