terça-feira, 18 de setembro de 2018

A Oração de Paulo

A Oração de Paulo

Vs. 9-11 – Tendo confirmado seu amor aos filipenses, Paulo passa a demonstrar suas preocupações de oração por eles. Ao fazê-lo, ficaram cientes do que Paulo desejava para eles. Já foi dito que não há maior serviço que possamos fazer pelos santos de Deus do que orar por eles. Epafras é um maravilhoso exemplo disso. Ele trabalhou “fervorosamente” (KJV) em oração para que os santos fossem perfeitos e consumados [completos – JND] em toda a vontade de Deus (Cl 4:12). Isso, é claro, não deveria ser o único serviço que fazemos para os santos, mas é por onde devemos começar.
Note que Paulo não pede melhores condições de vida para esses pobres santos, nem pede por sua saúde física, mas ora por um aumento em sua inteligência espiritual e discernimento moral, para que pudessem viver irrepreensivelmente e sem ofensa neste mundo e, assim, prestarem um bom testemunho diante de todos. Ele diz: E peço isto: que a vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento; Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo; Cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus. Em Efésios 1:16-23, a oração de Paulo tinha a ver com a inteligência espiritual dos santos em assuntos doutrinais em conexão com o Mistério, mas aqui ele ora por sua inteligência espiritual em conexão com o discernimento moral em questões práticas.
Essa série de coisas que Paulo pede pelos os filipenses começa com o crescimento deles em “amor” (AIBB). Isso ocorre porque o amor é o solo no qual o discernimento moral cresce. Quando nosso amor pelo Senhor, por Seu povo e pelos perdidos arder intensamente como deveria, estaremos em um estado correto de alma. E quando isto está conectado com “conhecimento” e “inteligência” (JND) dos princípios divinos, seremos capazes de “julgar e aprovar as coisas que são mais excelentes” (JND) em questões práticas que nos confrontam na vida. J. G. Bellett citou alguns exemplos de se ter esse tipo de discernimento moral em questões práticas que se diferem. Ele apontou para Daniel, que aconselharia o rei da Babilônia em assuntos concernentes ao império, mas não comeria de seu manjar (Dn 1:8-16, 2:27-45). E Zorobabel aceitaria a ajuda do rei da Pérsia na reconstrução do templo (Ed 1:4), mas recusaria a ajuda dos Samaritanos (Ed 4:1-4). E novamente, os cativos judeus na Babilônia orariam pela cidade da Babilônia e seus habitantes (Jr 29:7), mas não cantariam as canções de Sião para eles (Sl 137:1-4) (The Moral Glory of the Lord Jesus, pág. 35). Podemos nos perguntar por que em uma ocasião se associariam aos gentios e, em outra, recusariam associar-se a eles. A resposta é o discernimento moral.
O grande propósito de se ter esse discernimento moral e espiritual é ajudar os santos a andar de um modo que glorifique a Cristo. Assim, Paulo diz que o funcionamento prático dessas coisas faria o crente “puro e sem ofensa” (Fp 1:10 – JND) neste mundo. “Puro” é o que seremos para com Deus (1 Pe 1:16) e “sem ofensa” é o que seremos diante de nossos semelhantes (2 Co 6:3). Isso certamente teria um efeito positivo no presente testemunho do evangelho, mas Paulo estava pensando além do tempo presente, para o “dia de Cristo”, quando Deus vai mostrar em público o que Ele tem formado nos santos. Como mencionado, o dia de Cristo começa na Sua Aparição, e se estende por todo o Milênio (2 Ts 1:10). O resultado de se ter esse discernimento moral é que o mundo verá frutos de justiça” em nós, não apenas agora, mas também naquele dia, e redundará para “glória e louvor de Deus”.

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