Vs.
9-11 – Tendo confirmado seu amor aos filipenses, Paulo passa a demonstrar suas
preocupações de oração por eles. Ao fazê-lo, ficaram cientes do que Paulo
desejava para eles. Já foi dito que não há maior serviço que possamos fazer
pelos santos de Deus do que orar por eles. Epafras é um maravilhoso exemplo
disso. Ele trabalhou “fervorosamente”
(KJV) em oração para que os santos fossem “perfeitos e consumados
[completos
– JND] em toda a vontade de Deus” (Cl 4:12). Isso, é claro, não deveria ser o único
serviço que fazemos para os santos, mas é por onde devemos começar.
Note
que Paulo não pede melhores condições de vida para esses pobres santos, nem
pede por sua saúde física, mas ora por um aumento em sua inteligência
espiritual e discernimento moral, para que pudessem viver irrepreensivelmente e
sem ofensa neste mundo e, assim, prestarem um bom testemunho diante de todos.
Ele diz: “E peço isto: que a
vossa caridade abunde mais e mais em ciência e em todo o conhecimento; Para que
aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum
até ao dia de Cristo; Cheios de frutos de justiça, que são por Jesus Cristo,
para glória e louvor de Deus”. Em Efésios 1:16-23, a oração de Paulo tinha
a ver com a inteligência espiritual dos santos em assuntos doutrinais em
conexão com o Mistério, mas aqui ele ora por sua inteligência espiritual em
conexão com o discernimento moral em questões práticas.
Essa
série de coisas que Paulo pede pelos os filipenses começa com o crescimento
deles em “amor” (AIBB). Isso ocorre
porque o amor é o solo no qual o discernimento moral cresce. Quando nosso amor
pelo Senhor, por Seu povo e pelos perdidos arder intensamente como deveria,
estaremos em um estado correto de alma. E quando isto está conectado com “conhecimento” e “inteligência” (JND) dos princípios divinos, seremos capazes de “julgar e aprovar as coisas que são mais
excelentes” (JND) em questões práticas que nos confrontam na vida. J. G.
Bellett citou alguns exemplos de se ter esse tipo de discernimento moral em
questões práticas que se diferem. Ele apontou para Daniel, que aconselharia o
rei da Babilônia em assuntos concernentes ao império, mas não comeria de seu
manjar (Dn 1:8-16, 2:27-45). E Zorobabel aceitaria a ajuda do rei da Pérsia na
reconstrução do templo (Ed 1:4), mas recusaria a ajuda dos
Samaritanos (Ed 4:1-4). E novamente, os cativos judeus na Babilônia orariam
pela cidade da Babilônia e seus habitantes (Jr 29:7), mas não cantariam as
canções de Sião para eles (Sl 137:1-4) (The
Moral Glory of the Lord Jesus, pág. 35). Podemos nos perguntar por que em
uma ocasião se associariam aos gentios e, em outra, recusariam associar-se a
eles. A resposta é o discernimento moral.
O
grande propósito de se ter esse discernimento moral e espiritual é ajudar os
santos a andar de um modo que glorifique a Cristo. Assim, Paulo diz que o
funcionamento prático dessas coisas faria o crente “puro e sem ofensa” (Fp 1:10 – JND) neste mundo. “Puro” é o que seremos para com Deus (1
Pe 1:16) e “sem ofensa” é o que
seremos diante de nossos semelhantes (2 Co 6:3). Isso certamente teria um
efeito positivo no presente testemunho do evangelho, mas Paulo estava pensando
além do tempo presente, para o “dia de
Cristo”, quando Deus vai mostrar em público o que Ele tem formado nos
santos. Como mencionado, o dia de Cristo começa na Sua Aparição, e se estende
por todo o Milênio (2 Ts 1:10). O resultado de se ter esse discernimento moral
é que o mundo verá “frutos de justiça” em nós, não apenas agora, mas também naquele
dia, e redundará para “glória e louvor
de Deus”.
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