Vs.
1-2 – Ao dirigir-se aos santos em Filipos, Paulo não usa um título oficial,
mas, em vez disso, apresenta a si mesmo e a Timóteo simplesmente como “servos de Cristo Jesus”. Portanto, não
devemos considerar a experiência que ele relata na epístola como sendo algo
apostólico. Ou seja, uma pessoa não precisa ser apóstolo para ter a experiência
que Paulo teve. Pelo contrário, ele fala de si mesmo como um servo. Isso
significa que essas coisas estão ao alcance de todo Cristão, pois todos os
crentes podem se entregar a Cristo como o Senhor de suas vidas e serem servos
em Seu serviço.
O
Senhor nunca, em momento algum, ordenou que alguém fosse Seu servo; é algo que
o crente voluntariamente escolhe ser quando percebe que foi “comprado por um bom preço” (1 Co 6:20,
7:23). O processo de exercício que leva o crente a essa entrega vem primeiro do
entendimento do que a obra de Cristo na cruz fez por nós. Isso torna o crente “liberto do Senhor”
(1 Co 7:22a). Assim, fomos libertados do julgamento de nossos pecados, do
pecado como um mestre, de Satanás e do mundo. Mas quando o custo de nossa
liberdade chega ao íntimo de nossas almas e percebemos o que Cristo pagou para
nos redimir, resolveremos não mais usar nossa liberdade para nossos próprios
interesses, mas para a promoção de Seus interesses. Nós, portanto, nos
alistaremos voluntariamente em Seu serviço como “servos de Cristo” (1 Co 7:22b). Assim, a obra do Senhor na cruz recebida pela fé nos torna libertos, mas nós, por nossa própria escolha, nos
tornamos Seus servos. Isto é puramente um exercício individual e uma decisão
que uma pessoa só pode fazer por si mesma – ninguém pode fazer isso por nós. Ao
declarar que ele e Timóteo eram “servos”,
Paulo estava indicando que ambos tinham passado por esse exercício e estavam com
regozijo se colocando à disposição do Senhor em Seu serviço. E, ao fazê-lo,
descobriram o segredo do verdadeiro gozo e felicidade na vida!
Paulo
então se dirige aos filipenses como “santos
em Cristo Jesus”. Um santo é um “santificado”.
Refere-se ao crente sendo separado (o significado de santificação) por Deus e
colocado em um lugar de bênção. A expressão “Cristo Jesus” (o título do Senhor colocado antes de Seu nome
humano) refere-se a Ele como tendo completado a redenção e retornado ao céu
como um Homem glorificado. Sua aceitação lá diante de Deus tornou-se a medida
da aceitação do crente, pois é dito que estamos “em Cristo Jesus!”. Simplificando, estar “em Cristo” é estar no lugar
de Cristo diante de Deus. Esta é a posição de todos os Cristãos. Os santos
do Velho Testamento foram abençoados por Deus e agora estão no céu, mas não é
dito que estejam “em Cristo”. Os
crentes de outras eras são aceitos “com”
Ele (At 10:35 – KJV), enquanto apenas Cristãos são ditos aceitos “n’Ele” (Ef 1:6). Estar “em” Cristo denota nossa conexão com
Ele como um Homem glorificado à destra de Deus por meio da habitação do
Espírito Santo. Assim, os Cristãos têm um lugar especial de favor na família de
Deus que todos os outros não têm.
Paulo
inclui “os bispos e diáconos” em sua saudação. Esses homens, que cuidavam
do rebanho localmente, provavelmente foram os que tomaram a iniciativa de
organizar a coleta e escolheram Epafrodito para levá-la a Paulo. Talvez seja
por isso que é feita uma menção especial a eles. Uma assembleia que reconhece
seus líderes e atua em feliz comunhão com eles é geralmente uma assembleia
forte.
Paulo então diz que “graça” e “paz” estavam
sobre eles “da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus
Cristo” (v. 2). Assim, uma provisão sempre nova de ajuda
divina estava sobre os filipenses (como está sobre todos os Cristãos), e assim
eles podiam contar com a ajuda de Deus para caminharem juntos como uma
assembleia. Esta é a primeira menção de “Senhor”
na epístola; Ele é mencionado mais de 50
vezes! Isso é significativo; sua menção frequente aponta para o fato de que, se
a autoridade do Senhorio de Cristo é possuída na vida prática do crente, ele
experimentará o mesmo tipo de felicidade e frutificação que Paulo teve em sua
vida.
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