terça-feira, 18 de setembro de 2018

Sofrendo por Cristo

Sofrendo por Cristo

V. 29 – É uma antiga tática do inimigo desencorajar os crentes de testemunharem por Cristo por meio de ameaças de violência. Paulo lembra aos filipenses que, se a perseguição fosse a porção deles, precisavam se lembrar de que todo esse sofrimento é realmente um privilégio que nos foi “concedido” para suportar por Cristo, e deveria ser visto como uma honra. Ele disse: Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer n’Ele, como também padecer por Ele”. Nosso exemplo são os próprios apóstolos (At 5:40-41). Todo Cristão precisa entender que sofrer reprovação e perseguição é normal para o Cristianismo. Nós não podemos realmente escapar disso e ainda permanecer fiéis ao Senhor (2 Tm 3:12).
Sofrer “por” Cristo tem a ver com suportar reprovação e perseguição por causa da confissão de Cristo entre os homens. Há um tipo dessa espécie de sofrimento na história de Davi e Jônatas. Davi é um tipo de Cristo e Jônatas é um tipo do crente. Quando Jônatas se identificou publicamente com Davi, Saul e os que o seguiram se enfureceram, e Saul atirou uma lança em Jônatas – seu próprio filho! (1 Sm 20:30-34) O sofrimento por Cristo é uma coisa facultativa. Ou seja, podemos optar por evitá-lo, se desejarmos, simplesmente recusando-nos a confessar a Cristo diante dos homens.
Sofrer “com” Cristo é algo diferente (Rm 8:17). Isso é inevitável. Tem a ver com o crente tendo uma natureza divina por meio de um novo nascimento e da habitação do “Espírito de Cristo” (Rm 8:9). O Espírito de Cristo é uma função especial do Espírito Santo que forma os sentimentos e compaixões de Cristo no crente. Quando o Senhor olha para essa cena em que o pecado teve seus tristes efeitos, Ele sofre em empatia por Suas criaturas que estão sofrendo sob a escravidão da corrupção. Como “filhos de Deus” (Rm 8:14) e “crianças de Deus” (Rm 8:16 – JND)[1], somos vasos da compaixão de Deus (Rm 8:14-18). Tendo um vínculo em nossos corpos com a criação sofredora e tendo o Espírito em nós, quando vemos uma das criaturas de Deus sofrer, em nossa pequena medida, sofremos “com” Cristo em empatia. Visto que todos os crentes têm o Espírito de Cristo neles, todos os crentes, mais ou menos, sofrem desse modo.
V. 30 – Enquanto esperamos o Senhor vir, é nosso privilégio servi-Lo, testemunhando por Ele e divulgando a revelação Cristã da verdade a todos os que a receberem. Ao usar as palavras “combatendo” e “conflito” nessa conexão, Paulo não estava sugerindo que deveríamos discutir e lutar com aqueles que se opõem à verdade. Nosso conflito é uma coisa espiritual, em que combatemos inimigos espirituais que confundem as mentes dos homens com ideias falsas, ensinando pacientemente a verdade a eles (2 Co 10:4-5; Cl 1:29, 2:1). Simplesmente não há lugar para argumentos carnais na obra do Senhor (2 Tm 2:14). Toda essa atividade apenas estraga o testemunho do evangelho. Mas quando servimos corretamente sob o senhorio de Cristo, estaremos engajados no mesmo conflito espiritual em que Paulo estava, e compartilharemos as mesmas recompensas em um dia vindouro.
Em resumo do capítulo 1, vimos um homem (Paulo) que pesou a vida na balança de Deus, e concluiu corretamente que viver para a causa de Cristo é a única coisa pela qual vale a pena viver – e vivendo para Cristo, descobriu que isso é a chave para uma vida feliz e frutífera.






[1]  N. do T.: no grego a palavra “uihos” do v. 14 e a palavra “teknon” do v. 16 são indistintamente traduzidas nas versões de Almeida em português como “filhos”

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