Filipenses - A Epístola da Devoção e Gozo Cristãos - Bruce Anstey
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sábado, 22 de setembro de 2018
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sexta-feira, 21 de setembro de 2018
Saudações Finais de Paulo
Saudações Finais de Paulo
Vs.
21-23 – No encerramento, Paulo enviou suas saudações a “todos os santos” em Filipos, e também lhes transmitiu os cumprimentos
dos santos de Roma – e com menção “especialmente
os da casa de César!” O evangelho de algum modo alcançou os servos na casa
do imperador e eles foram salvos! Tal é a graça de Deus! Assim, precisamos da
misericórdia de Deus para suprir nossas necessidades corporais e “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo”
para manter nossos espíritos.
O Segredo do Contentamento
O Segredo do Contentamento
Vs.
11-13 – Nestas palavras finais da epístola, vemos em Paulo alguém que era
superior às suas circunstâncias. Ele diz: “[Eu] Não digo isto como por
necessidade [privação – KJV], porque já aprendi a contentar-me com o
que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e
em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto
a ter abundância, como a padecer necessidade”. Ao longo de toda esta passagem, Paulo fala no singular.
Ele diz: “eu”, não “nós”. Ele provou
por si mesmo a bondade de Deus. A infalível fidelidade de Deus tinha sido sua
porção diária. Mesmo que outros o tivessem esquecido e o tivessem
negligenciado, ele havia aprendido por experiência que Deus é fiel. Paulo
aprendeu a “contentar-se” com
qualquer que fosse sua porção na vida. Isso não era algo natural para ele mais
do que é para nós – ele havia “aprendido”
isso sob a mão de Deus na escola de Deus. Ele havia provado por experiência que
Deus era capaz de sustentá-lo em todas as circunstâncias.
Ter “escassez” (JND) (ter pouco) ou “abundar” não é a medida do cuidado de
Deus, porque Ele sempre ama e cuida do Seu povo. Se Deus detém Sua mão hoje, é apenas
para dar o dobro amanhã. A jornada no deserto e suas experiências apenas provam
a fidelidade de Deus para levar Seu povo pelas provações da vida. Em
nossas tristezas e dificuldades, aprendemos a extrair os recursos que temos
n’Ele – isto é, Seus consolos, Sua bondade, Sua misericórdia, etc. Assim, aprendemos por experiência
que Ele é suficiente para todas as coisas na vida, e descobrimos, realmente, quão
bom Deus é. O desafio na vida Cristã não é tentar eliminar todas as coisas
incômodas de nossas vidas, mas buscar glorificar a Deus nas circunstâncias em
que Sua sabedoria nos colocou. As provações e tristezas do deserto não são
dadas para nos roubar o nosso gozo no Senhor, mas para provar a Sua fidelidade
no meio delas.
Apropriadamente,
Paulo conclui dizendo: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”
(v. 13). Ele não estava se
gloriando aqui; estava simplesmente afirmando que, o que quer que a vida
lançasse sobre ele, com a fidelidade de Deus trabalhando em seu favor, ele era
superior a isso e poderia lidar com tais questões por meio da graça de Deus.
Assim, a paz e o gozo de Paulo não dependiam de bens materiais e confortos
humanos. Como esse “poder” que lhe
permitia viver acima de suas circunstâncias não era dele próprio, mas algo dado
a ele, toda a glória iria para aqu’Ele que o dava – “Cristo”.
Vs. 14-20 – Paulo, então,
reconhece a graça e bondade deles para com ele: “Todavia fizestes bem em tomar parte [comunicar – KJV] na minha
aflição”. (v. 14). Toda essa beneficência será lembrada por Deus e recompensada
adequadamente como a simples questão de semear e ceifar (Gl 6:9). Mas Paulo vai
mais longe. Ele não apenas reconhece a graça e gentileza deles, ele os louva, dizendo-lhes que se destacaram
acima das outras assembleias a esse respeito. “E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho,
quando parti da Macedônia, nenhuma igreja [assembleia – JND] comunicou (qualquer coisa
– JND) comigo com respeito a dar e a
receber, senão vós somente. Porque também uma e outra vez me mandastes o
necessário a Tessalônica” (vs.
15-16). Esta última afirmação é bastante notável. Paulo esteve em Tessalônica
somente por três Sábados (At 17:2), mas enquanto estava lá, eles lhe enviaram
oferta duas vezes! E isso fizeram de sua profunda pobreza! (2 Co 8:2). Isso
mostra a sinceridade deles. Os comentários de Paulo aos filipenses aqui
certamente os encorajariam a continuar nessa boa obra.
A
oferta deles é uma das duas maneiras pelas quais os Cristãos podem contribuir
monetariamente. Existe a oferta coletiva
da assembleia, como foi o caso aqui (Fp 4:15-18), e a oferta individual (Gl 6:6). A oferta da
assembleia viria da “coleta” feita
pelos santos no primeiro dia da semana (1 Co 16:1-3).
Vs.
17-18 – Paulo assegura-lhes que ele não os estava bajulando pela oferta, mas
estava desejando que os frutos fossem acumulados na conta deles. Ele diz: “Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que abunde para
a vossa conta”. Assim, Paulo estava pensando no ganho espiritual deles, não em seu ganho monetário. É preciso fé por parte de
quem dá, para acreditar que Deus levará a sua oferta
em conta no céu (Lc 12:33). Mas
quando a fé simples está ativa, e acreditamos no que Deus diz sobre recompensar
quem dá, faremos isso com prazer. Hudson Taylor disse que o problema que está
por trás da falta de apoio da Igreja ao trabalho do Senhor, não é fundos insuficientes, mas fundos não consagrados!
Paulo
acrescenta: “Mas bastante tenho
recebido, e tenho abundância: cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o
que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício
agradável e aprazível a Deus”. Ao afirmar isso, deixou claro que a
oferta deles havia atendido sua necessidade, e não precisava de mais nada
deles. Essa observação foi importante porque depois do que ele havia dito sobre
dar e receber poderia parecer que estava querendo mais ofertas deles – mas
nessa declaração deixou claro que não era necessário. Parece estranho no atual
mundo moderno do ministério Cristão encontrar um servo que não suplique aos
santos para que lhe deem mais – mas esse era o estado de Paulo. Ele tinha o
suficiente e estava contente com isso. Os servos de hoje em dia poderiam tirar
daqui uma lição.
Ao
fazer referência a “o que” eles
enviaram sugere que lhes deram mais do que dinheiro. Sua oferta foi um “sacrifício agradável” a Deus e também
algo “aprazível” a Deus. É um dos
três tipos de sacrifícios no Cristianismo:
- DAR LOUVOR – “Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome” (Hb 13:15; 1 Pedro 2:5).
- DAR MATERIALMENTE – “E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus Se agrada” (Hb 13:16; Fp 4:18).
- DAR NOSSAS VIDAS (nosso tempo e energia) – “Apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional [inteligente – JND]” (Rm 12:1).
Vs.
19-20 – Para encorajar os filipenses no que haviam feito para apoio à obra do
Senhor, Paulo não apenas assegurou-lhes que Deus os recompensaria em um dia
vindouro, mas que Deus também lhes compensaria o que haviam sacrificado
materialmente para apoiá-lo em seu trabalho. Ele disse: “O
meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em
glória, por [em – ATB] Cristo Jesus”. Isso mostra que o velho provérbio “Deus não é devedor
do homem” é realmente verdadeiro. Como tem sido frequentemente assinalado,
Paulo não disse que Deus supriria todos os seus desejos carnais (se tivessem algum), mas que Ele supriria todas as
suas necessidades. E isso seria “segundo as Suas riquezas em glória”, e
não de acordo com os desejos terrenos deles, ou com os desejos de Paulo para
eles. Ao declarar isso, Paulo reconheceu que Deus sabia o que era melhor para
os filipenses e, portanto, ficaria feliz em deixar tudo em Sua mão para
supri-los materialmente de acordo com o que Sua perfeita sabedoria julgasse
melhor. Paulo diz: “Meu Deus”, não
“seu Deus”, porque estava falando da perspectiva da experiência pessoal. Ele
havia provado pessoalmente a verdade do versículo 19.
Uma
pequena doxologia[1] de
louvor estava em ordem aqui, e Paulo, portanto, apropriadamente acrescenta: “Ora a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre.
Amém” (v. 20).
[1] Provém do latim doxologia, que por sua vez vem do termo
grego doxa, que significa “opinião”
ou “glória”, com o sufixo -logia, que
se refere à expressão oral ou escrita. Portanto, “doxologia” é uma expressão oral ou escrita de louvor e glorificação.
O Reconhecimento de Paulo e o Agradecimento pela Oferta
O Reconhecimento de Paulo e o Agradecimento pela Oferta
Vs.
10-23 – Paulo conclui sua carta fazendo uma referência direta à oferta deles e
sua gratidão por isso. Ele havia citado a oferta algumas vezes mais cedo na
epístola (caps. 1:5, 2:1, 17, 25), mas agora ele formalmente lhes agradece. Ele
diz: “Ora muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a
vossa lembrança de mim [cuidado para comigo – ATB];
pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade”. É interessante notar que Paulo esperou até o final para
mencionar sua gratidão pela oferta. Isso não foi assim por ser ele indiferente
ao fato, mas porque considerava as coisas que abordou anteriormente na epístola
referentes ao bem-estar espiritual deles, mais importantes do que seu próprio
conforto físico. Isso mostra que Paulo se importava mais com eles do que
consigo mesmo!
Ele
se “regozijou” não porque tivesse
recebido uma oferta dos filipenses, mas porque o amor deles por ele havia “florescido” (KJV) e sido manifesto.
Ele valorizava a oferta, mas valorizava mais
a empatia e amor que estavam por
trás disso. Seu gozo não foi tanto porque havia tido um alívio em suas
circunstâncias, mas porque o amor deles por si tinha “revivido”. Paulo sabia que eles de alguma forma haviam se
esquecido dele, e isto está implicado ao dizer: “Agora por fim...
(KJV)” – isto é, que finalmente
vieram ao seu apoio. Ele gentilmente os reprova nisso, mas então os desculpa
rapidamente, acrescentando: “mas não tínheis tido oportunidade...”.
Resumo da Cura para a Ansiedade
Resumo da Cura para a Ansiedade
- Regozije-se nas coisas que você tem no Senhor.
- Mantenha um espírito de benevolência em todas as circunstâncias e em relação a todas as pessoas.
- Leve ao Senhor em oração tudo o que o incomoda.
- Pense nas características de Cristo em seus irmãos.
- Seja ocupado com as coisas do Senhor.
A Cura para a Ansiedade
A Cura para a Ansiedade
Paulo
passa a apresentar uma série de coisas que poderiam ser chamadas de “A cura
para a ansiedade”. Primeiramente, ele
diz: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo,
regozijai-vos”
(v. 4). Assim, devemos manter um espírito de regozijo em todos os momentos.
Esse deveria ser o estado normal da nossa vida diária e isso acontecerá quando
andarmos em comunhão com o Senhor. Isso é importante porque, quando as
dificuldades e as provações da vida surgirem, estaremos em um estado de alma
correto para lidar com elas. Podemos desculpar nossa falta de regozijo e dizer:
“Não posso evitar isso por causa de todas as coisas negativas que continuam
acontecendo comigo”. O Senhor entende nossa fragilidade humana e, quando nos
desanimamos no caminho, Ele derrama o conforto de Deus em nossas almas. Mas, ao
mesmo tempo, a exortação de Paulo aqui mostra que somos responsáveis em fazer
um esforço para manter um estado feliz de alma. Ele coloca sobre nós o dever de
nos regozijarmos “sempre”. É o
estado Cristão normal. Isso não significa que devemos ser insensíveis à
tristeza e aflição, mas que em tempos de tristeza e aflição, essas coisas não
nos farão perder a confiança em Deus (Lc 22:32). Assim, independentemente de
quão sombrias nossas circunstâncias possam ser, podemos sempre nos regozijar no
Senhor.
Em
segundo lugar, Paulo diz: “Seja a vossa moderação [bondade
– JND] conhecida de todos os homens.
Perto está o Senhor” (v. 5 – ARA). Outras traduções trazem a palavra “moderação” como “equidade” (ARC) ou “mansidão”
(ATB). Isso indica que devemos viver num espírito de equidade ou mansidão que
aceita nossas circunstâncias vindas de Deus sem resistência e rebelião. Saber
que “todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” nos ajuda a nos submetermos ao que o Senhor permitiu em
nossa vida (Rm 8:28).
A
nota de rodapé da Tradução do J. N. Darby diz que uma leitura alternativa para “moderação” poderia ser “não insistindo em seus direitos”. Isso
sugere que podemos estar em uma situação na qual sentimos que alguém levou
vantagem sobre nós e sermos tentados a reivindicarmos nossos direitos e contra-atacar.
Paulo explica que não precisamos ficar agitados em tais circunstâncias, e
sentirmos que temos de fazer algo a respeito – porque “perto está o Senhor!” Ele está prestes a voltar a qualquer
momento, e sabendo disso, podemos deixar tudo para Ele resolver corretamente.
H. Smith disse: “Em Seu próprio tempo, o Senhor tratará com todo o mal e trará
toda a bênção; Sua vinda está próxima. Não é para os crentes, então, interferir
no governo do mundo, nem reivindicar seus direitos e lutar por eles” (The Epistle to the Philippians, pág.
23).
“Perto
está o Senhor” foi uma palavra de ordem usada
entre os Cristãos do primeiro século para animar um ao outro no caminho.
Era-lhes um lembrete bem-vindo de que a vinda do Senhor estava próxima. Paulo
usou em 1 Coríntios 16:22 uma transliteração grega da sua forma aramaica,
quando disse: “Maranata”. Isto
significa “Ó vem Senhor”. Seu ponto
em usá-la aqui em Filipenses 4 é mostrar que podemos nos permitir ceder nas
situações difíceis da vida – mesmo que algumas pessoas tenham sido injustas
conosco – porque o Senhor está vindo, e então Ele acertará tudo. Em vista da
proximidade da vinda do Senhor, nossas diferenças e disputas são
insignificantes e triviais. Além disso, a pessoa que é caracterizada pela
brandura e complacência de que
Paulo fala aqui, não é capaz de provocar conflitos entre seus irmãos. Um
espírito manso promove a unidade e a paz. Por outro lado, uma pessoa com um
espírito inflexível, que está sempre insistindo em seus direitos (reais ou
imaginários), será uma pessoa de difícil convivência na assembleia. Esta pode
ter sido a raiz do problema em Filipos.
Vs.
6-9 – Em terceiro lugar, devemos
levar tudo a Deus em oração em nossas vidas – e particularmente aquelas coisas
que nos são problemáticas e perturbadoras. Ele diz: “Não
estejais inquietos [ansiosos – ARA] por coisa
alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela
oração e súplica, com ação de graças” (v. 6). Assim, Deus quer que estejamos livres de cuidados. Isso não
significa que podemos ser descuidados em nossas responsabilidades na vida;
Paulo está falando sobre ser livre de agitação, aflição e preocupação. Deus
quer que sejamos despreocupados, não descuidados. Devemos entregar nossos
fardos e cuidados ao Senhor em oração. Ele quer que os lancemos todos sobre Ele
(1 Pe 5:7; Sl 55:22). A palavra “tudo”
neste versículo quer dizer tanto coisas grandes, quanto pequenas. Não há nada
muito pequeno para se levar ao Senhor em oração.
Que amigo temos em Jesus,
Todos os nossos pecados e tristezas a
suportar:
Que privilégio levar
Tudo a Deus em oração!
Oh, que paz muitas vezes perdemos;
Oh, que dor desnecessária suportamos!
Tudo porque não carregamos
Todas as coisas a Deus em oração.
Hinário “Echoes of Grace” nº 282
“Oração” é uma declaração formal das coisas para
Deus, enquanto que “súplica” é o
contínuo apelo a Ele em relação a um assunto. Assim, oração é geral; súplica é específica. Em súplica, “derramamos”
nossos corações diante d’Ele com rogos sinceros (Sl 62:8; Tg 5:16). Então deve
haver também “ação de graças”.
Agradecer ao Senhor no problema, mesmo antes que Ele tenha respondido,
manifesta fé – e Deus honra a fé (1 Ts 5:18; Hb 11:6).
Além
disso, Paulo nos encoraja a tornar nossas “petições”
conhecidas de Deus concernentes a essas coisas. Nossas petições na oração podem
não ser respondidas da maneira que queríamos que fossem – pois podemos pedir “mal” (Tiago 4: 3) e elas podem não ser
“segundo a Sua vontade” (1 Jo 5:14-
15). Mas há certo consolo em apenas nos aliviar diante do Senhor e fazer nossas
petições serem conhecidas por Ele. Ele prometeu levar Seu povo pelas “águas” profundas da vida (Is 43:2,
63:9) e acalmar nossos espíritos em tempos difíceis – “Multiplicando-se
dentro de mim os meus cuidados, as Tuas consolações recrearam a minha alma” (Sl
94:19). W. Kelly disse: “Próximo está o
Senhor’. Ele ainda não veio, mas você pode ir até Ele agora e colocar todas
as suas petições diante d’Ele, certo de que está próximo; de que Ele está
vindo” (Lectures on Philippians pág.
69). Um resumo do versículo 6 é:
- Ansioso por nada.
- Orando em tudo.
- Grato por qualquer coisa.
O
próprio Senhor disse: “Não andeis
inquietos [em ansiedade – JND]” (Lc 12:29). Preocupar-se e estar
aflito sobre algo problemático em nossas vidas é pecado, porque nega o amor de Deus, a sabedoria de Deus e o poder
de Deus. Isso questiona se Ele, afinal, realmente nos ama, e questiona se
realmente sabe o que está fazendo em nossas vidas, implicando assim que Ele não
é capaz de cuidar de nós, como prometeu fazer.
Vs.
7 – Como mencionado, Deus não promete conceder tudo o que pedimos, mas promete
nos dar Sua paz. Paulo diz: “E a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos
em Cristo Jesus”. O tipo de paz a que Paulo se refere aqui é algo
prático. Não é o mesmo que “paz com
Deus”, que tem a ver com a nossa aceitação diante de Deus por sermos
justificados pela fé (Rm 5:1). Como crentes no Senhor Jesus Cristo nunca
poderemos perder nossa paz com Deus,
pois ela está inseparavelmente ligada à salvação eterna de nossas almas, que
nunca poderá ser perdida. Mas um crente no Senhor Jesus pode não viver com a
paz de Deus em sua alma e, como
Marta, estará “ansiosa e afadigada com
muitas coisas” (Lc 10:41). Isso ocorre porque ele não entrega seus fardos
ao Senhor em oração, como Paulo ordena aqui.
A
paz de Deus é o estado de tranquilidade no qual o próprio Deus habita. Nada
perturba a paz que rodeia Seu trono. Ele descansa em perfeita calma e em um
estado de serenidade imutável. Nenhuma circunstância na Terra O pode abalar,
pois Ele está acima de tudo. Ele vê e conhece todo o sofrimento, tristeza,
violência, etc., que acontece neste mundo e não é indiferente a isso. Ele
intervirá para colocar tudo em ordem um dia, na Aparição de Cristo. E enquanto
esperamos o nosso chamado para o céu (o Arrebatamento), Deus quer que vivamos
na mesma paz em que Ele mesmo habita, para que nossos corações e mentes não
sejam perturbados pelas coisas problemáticas que surgem em nosso caminho na
Terra.
Paulo
diz que a paz de Deus “guardará vossos
corações e vossos sentimentos [pensamentos
– ATB]”. Note que guardar nossos “corações” é colocado antes de guardar
nossos “sentimentos”. Isso mostra que se nossas afeições
estão corretas – centradas em Cristo – nossos pensamentos estarão corretos também
(Pv 4:23). Assim, ele diz que é “por
meio de Cristo Jesus” (KJV). Se nossas mentes “permanecerem” n’Ele e em Suas coisas, as tempestades da vida podem
soprar, mas nós seremos sustentados em meio a elas (Is 26:3). É uma paz
inexplicável que “excede todo o
entendimento” e é conhecida apenas por aqueles que a experimentam fazendo
essas coisas que Paulo exorta.
“A
paz de Cristo” (Jo 14:27; Cl 3:15) é um aspecto
ligeiramente diferente da paz prática. Refere-se à paz em que o próprio Senhor viveu quando andou por este
mundo. Ninguém viu problemas como Ele viu e ninguém sofreu como Ele. A
animosidade que Ele sofreu devido ao ódio e à rejeição dos homens pesou sobre o
Seu coração. No entanto, Ele tomou tudo em perfeita calma, sem ser indiferente.
Essa calma veio de Sua aceitação dessas circunstâncias vindas da mão de Seu Pai
em perfeita submissão (Mt 11:26). Ao deixar este mundo, Ele prometeu dar esta
paz aos Seus seguidores (Jo 14:27) porque eles teriam de passar pelo mesmo
mundo hostil. A diferença entre “a paz
de Cristo” e “a paz de Deus” é
que a paz de Deus resulta de levarmos nossos problemas e dificuldades para Deus em oração; enquanto a paz de
Cristo resulta de aceitarmos nossos problemas e dificuldades vindos de Deus em submissão.
V.
8 – Em quarto lugar, depois de
entregarmos nossos problemas ao Senhor em oração, devemos conscientemente
voltar nossos pensamentos para coisas melhores e mais excelentes, e pensar
nelas. Paulo diz: “Quanto ao mais,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto [nobre – JND], tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável [agradável – JND], tudo o que
é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”. “Nisso” que Paulo nos exorta a pensar
não são exatamente os gozos naturais da Terra para os quais devamos voltar
nossos pensamentos para nos regozijar, mas as excelências morais de Cristo.
Todas estas coisas foram encontradas n’Ele em perfeição quando andou aqui na Terra.
No entanto, o contexto da epístola – que tem muito a ver com a paz e a unidade
entre os santos – sugere que é para estarmos pensando nessas qualidades morais,
não tanto como são encontradas em Cristo pessoalmente, mas como são encontradas
em nossos irmãos. Assim, não devemos nos remoer sobre as imperfeições e
particularidades pessoais de nossos irmãos que podem nos irritar, mas sim “pensar” nas características de Cristo
que Deus está formando neles. Seja qual for a excelência moral que neles exista
e qualquer “louvor” que mereça, devemos
pensar nessas coisas. Tendo em vista o fato de termos mentes errantes que
geralmente tendem para coisas negativas, C. H. Brown disse que talvez tenhamos
de recompor nossos pensamentos 50 vezes por dia.
V.
9 – Por fim, devemos seguir o exemplo
de Paulo e estarmos ocupados usando nosso tempo e energia no serviço do Senhor.
Ele diz: “O que também
aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o
Deus de paz será convosco”. Estar ocupado no serviço do Senhor é
importante porque a ociosidade só dá oportunidade para os nossos pensamentos
voltarem às nossas dificuldades e problemas. Talvez todos já tenhamos dito uma
vez ou outra: “Eu tentei pensar em coisas boas e felizes, mas as coisas
perturbadoras que me incomodam continuam voltando à minha mente”. Isso
geralmente é dito por alguém que não está ocupado o suficiente. A resposta é
manter-se ocupado nas coisas do Senhor. Há muito que se fazer. O próprio Senhor
disse: “Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão
brancas para a ceifa”. (Jo 4:35).
A
promessa aqui é que teremos também “o
Deus de paz” conosco em nossas circunstâncias. Isto é, Ele nos concederá um
sentido especial de Sua presença e nos manterá indo adiante – mesmo nos
momentos mais difíceis. Compare Daniel 3:24-25. W. Scott disse: “Oh! Ter a Ele
como seu companheiro de viagem; constantemente ao seu lado; seu Guia; Guardião
e Amigo – o Deus de paz!” (Young
Christian, vol. 5, pág. 128). Quando vivemos na presença consciente do “Deus de paz”, quem ou o que pode nos
incomodar? Esta é a receita de Deus para a paz em nossas presentes
circunstâncias.
Paz nas Circunstâncias Presentes
Paz nas Circunstâncias Presentes
Vs.
4-9 – O assunto de Cristo sendo o poder ou força para a vida Cristã começa
propriamente no versículo 4. Paulo agora oferece um afetuoso adendo às suas
observações sobre a união entre os irmãos. Esta próxima série de versículos têm
a ver com ter paz em nossas circunstâncias atuais. À primeira vista, pode
parecer que está mudando de assunto, mas o que ele acrescenta aqui está
relacionado ao que foi acima mencionado.
Todos
concordarão que há muitas coisas que testam e provam nossos espíritos na vida
cotidiana no planeta Terra. Mas Deus não quer que vivamos com apreensão e
ansiedade, como os outros homens, e nos proveu um meio pelo qual podemos viver
livres das tensões da vida, e assim sermos capazes de cuidar das coisas do
Senhor sem distração. Quando um crente não está em paz consigo mesmo e com suas
circunstâncias pessoais, é provável que leve consigo sua ansiedade, impaciência
e frustração aonde quer que vá – em sua vida doméstica, no local de trabalho e
na assembleia. E se for assim, ele provavelmente será uma fonte de agitação
entre seus irmãos e poderá perturbar a paz na assembleia. Deus antecipou este
problema e nesta próxima série de versículo Paulo nos dá a maneira pela qual
podemos viver livres de ansiedade.
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